Figura 1 - Era uma vez um lindo palácio, muito
enfeitado e muito rico. Ele ficava num lugar muito distante daqui, lá na
China. Os jardins do palácio eram maravilhosos. As plantas eram raras.
Os patinhos nadavam no lago. Os passarinhos cantavam. Mas, quem será que
mora lá dentro? Era um homem muito mau. Tão rico, tão importante, mas
tão importante, que quando ele queria matar uma pessoa, ele mandava e
não lhe acontecia nada. Ele era dono até da vida das pessoas daquele
lugar.
Figura 2
- A casa dele, do Mandarim, por dentro, era ainda mais bonita e rica do
que por fora. Ele tinha uma sala cheinha de vasos raros e caríssimos.
Ele amava aqueles vasos.cada visita importante que chegava, ele a fazia
entrar para mostrar o salão com vasos tão preciosos. Havia vasos bem
pequenos, outros enormes, outros grossos, outros fininhos, desenhados e
coloridos. Mas, quem cuidava desses vasos? – os empregados, é claro! O
mandarim pagava muito bem para quem cuidasse dos vasos. Era preciso
lavá-los, enxugá-los, tirar o pó todos os dias. Mas vocês não sabem de
uma coisa terrível: se o empregado quebrasse um só vasinho, o mandarim
mandava matá-lo.
Perto do palácio do mandarim, morava uma
família, numa casa muito diferente, era bem pequena e pobre: a mamãe
doente e suas duas filhinhas.
Figura 3 – Li-Yng-Mi e Matako. Elas estavam passando fome. O papai morreu e a mamãe costurava para ganhar dinheiro adoeceu. E agora?
Ah! Li-Yng-Mi teve uma idéia.
_ Mamãe, eu vou trabalhar no trabalho do
Mandarim. Ele paga muito bem, e nós vamos comer coisas gostosas, vamos
ter dinheiro para comprar remédios e a senhora vai ficar boa logo.
A mamãe de Li-Yng-Mi quase desmaiou. Até ficou sem fala.
_Que é isso minha filha! Nunca. Eu quero
que você viva. Não se lembra da sua amiguinha que quebrou um vaso na
semana passada? E foi morta? Não. Tire isso da cabeça!
Os dias foram-se passando, quietos e
tristes. Mamãe piorou, a comida acabou de uma vez. E agora? Li-Yng-Mi
tornou a falar sobre o empregado no palácio.
Muito triste, mamãe a deixou ir, mas ficou com o coração apertado. Por outro lado, Li-Yng-Mi ficou encantada.
Figura 4 – O salão dos vasos era
maravilhoso. Os tapetes lindos, as cortinas, as cores... E Li-Yng-Mi
logo recebeu o primeiro ordenado, o segundo... E a mamãe teve remédios e
as roupas eram bonitas. E quantas coisas gostosas elas comiam agora!
Era uma alegria.
Um dia, mamãe fez uma nova roupa para
Li-Yng-Mi. Muito linda, mas a manga era muito larga e quando ela foi
pegar um vaso para lavar, a manga esbarrou e derrubou outro vaso. Ela
tentou pegá-lo antes que caísse, mas não deu e ele se espatifou.
Li-Yng_mi não sabia o que fazer. Chorou,
chorou, depois olhou em volta dela... Ninguém. Depressa catou todos os
pedaços do vaso quebrado, colocou dentro de outro maior, limpou o chão e
saiu correndo pra casa. Logo seria a hora do fiscal. Ele passava todos
os dias com uma lista e, se faltasse um só, ele sabia.
Figura 5 – Quando Li-Yng-Mi entrou em casa chorando, mamãe a abraçou e chorou também. Depois de uns dez minutos, perguntou:
_Você quebrou, filhinha?
Li-Yng-Mi nem teve voz pra falar. Só fez
sinal com a cabecinha. Quando sua irmãzinha Matako entrou na sala e as
viu, começou a chorar também. Terminou a tarde, veio a noite e no dia
seguinte Li-Yng-Mi seria morta.
Mamãe não saiu de perto de Li-Yng-Mi nem um só segundo. Queria aproveitar a filhinha até o fim.
Matako foi sozinha para seu quarto
ajoelhou-se e falou com Deus, pedindo que ele ajudasse sua irmãzinha,
que fizesse alguma coisa. Depois se deitou, mas não pôde dormir. De
madrugada, ainda escuro, ela teve uma idéia.
Bem quietinha abriu a janela do quarto e
pulou para a rua. Saiu correndo, e sabem onde ela foi? – Lá no palácio
do Mandarim! Estava agora clareando o dia. Sem que ninguém a visse, ela
entrou no palácio. Procurou a sala dos vasos e na demorou muito a
descobrir os cacos escondidos. Sentiu um aperto no coração e as
lágrimas escorreram. No mesmo instante ela pegou o maior vaso que havia,
deu um chute nele. O vaso caiu e quebrou. Depois começou a quebrar
todos os vasos que podia e ia contando. O barulho que ela fez foi tão
grande, tão grande, que em 5 minutos o salão estava cheio de guardas.
Agarraram os braços da menina e ela com as pernas ainda quebrou mais
alguns vasos.
O Mandarim foi acordado e ficou maluco. Começou a gritar: _ Quero ver essa garota, a morte vai ser pouco pra ela!
Não demorou muito, Matako e o Mandarim
estavam juntos. Ela olhou firme nos olhos dele. Qualquer coisa estranha
passou no coração do Mandarim.
_Guardas, larguem a menina. E pensou “nunca vi tanta coragem.”
_Menina, você sabe o que acontece com quem quebra um vaso do Mandarim?
Como resposta, ela viu um vaso muito lindo numa mesinha e, num relance, ela jogou o vaso no chão e o quebrou. E falou:
Figura 6 - _ Claro que eu sei. Minha
irmãzinha trabalha aqui, e desde ontem a morte anda lá em casa, porque
ela quebrou um vaso seu.
O Mandarim ficou mais assustado ainda. _Você sabia, então porque quebrou tantos vasos? Sabe o que vai acontecer agora?
_Eu sei, vou ser morta. Mas Mandarim, eu
quebrei 70 vasos seus, então, eu salvei 70 meninas que iriam quebrá-los.
E, olhando firme nos olhos do Mandarim continuou: _Agora pode mandar me
matar.
O Mandarim ficou quieto. Durante 15
minutos, ninguém falou nada. Matako sentia agora suas perninhas
tremerem. O Mandarim olhando para a menina falou:
_Uma vida tem muito valor pra você, não? Pois você será morta por meninas que nem conhece.
_ É verdade, mas Jesus também morreu por mim e Ele ama tanto o senhor que morreu pelo Senhor também.
O Mandarim ficou pensativo. Saiu da sala e deixou
Matako com os guardas. Mas ele demorou tanto que anoiteceu. Matako
estava com sono porque não dormiu a noite toda e não comeu nada o dia
todo. E o Mandarim não voltou. Matako dormiu numa cadeira com guardas a
sua volta.
No dia seguinte, bem seguinte, o Mandarim
veio vê-la. Mandou os guardas saírem. Ficaram os dois sozinhos e o
Mandarim olhou firmemente para Matako e disse:
_ Eu não dormi a noite toda. Você foi tão valente, tão valente que me comoveu. E você disse que Jesus me...me ama?
O Mandarim era muito rico, mas odiado por todos. _É verdade?
E Matako, sorrindo, falou carinhosamente:
_É verdade. Jesus o ama tanto que morreu
pelo senhor. Morreu para com Seu sangue limpar os pecados dos que Nele
crêem e obedecem.
Naquele momento, Jesus começou a trabalhar no coração do Mandarim, e depois de alguns minutos, disse aflito:
_Como eu posso ser perdoado? E o Matako falou:
_Ajoelha, senhor Mandarim, e convida Jesus
para entrar na sua vida. E, trêmulo, o Mandarim se ajoelhou, e chorando,
pediu perdão a Deus pelas suas maldades e convidou Jesus para entrar
em seu coração.
Matako abraçou o Mandarim. Sorriram. “De
agora em diante- disse o Mandarim- nunca mais uma menina vai morrer por
quebrar um vaso. Chame sua irmãzinha.”
Matako saiu correndo. Quando chegou em casa, nem sabia por onde começar para contar tanta coisa.
E viveram felizes daí para frente. E o
palácio agora era aberto para as crianças brincarem e correrem. Agora
Jesus está lá dentro. Há felicidade.
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